seja bem vindo...

Mais é claro que o sol vai voltar a brilhar...
mais uma vez....

domingo, 20 de maio de 2012

Enquanto o sono não vêem...


Hoje esta difícil dormir, já deitei umas 3x e fico bolando na cama, já são qs 5 da manhã e não consegui  pregar os olhos, sinto que vou precisar de diasepan se continuar assim, resolvi levantar andar pela casa foi quando vi meu caderno de escritos achei esse texto datado de agosto de 2011 resolvi digitar e publicar quem sabe o sono não me Abdus antes, o que não seria de todo ruim..rrs...vamos  ao texto


Hoje decidi um novo recomeço em minha via, no meio de tantos outros, parei para pensar sobre isso e fui relembrar quantas vezes recomecei do zero... Foram muitas oh!
Muitos desafios, caminhada árdua, engraçado que recomeço so exigem esforços que parecem doídos no momento, mas sempre precisamos fazê-los quando não temos força de continuar.
Vou fazer uma listagem de recomeço em minha vida ...Recomecei quando tinha apenas 11 anos de idade e meus pais se separaram, sai de casa debaixo da proteção do papai e da mamãe para uma vida totalmente nova, cheia de desafios que para a cabeça de uma criança de apenas 11 anos apenas uma luz existia..estudar..estudar...estudar, me vi dependendo de mim mesmo com um único alvo, pois já não sentia proteção de pais, com muita dificuldade,morando na casa de parentes e por vezes ate desconhecidos que consegui cativar e tornaram –se parentes....É a vida realmente me foi desafiadora, mais ate ai venci...
Até que outro recomeço mais desafiador ainda veio sobre mim, tudo ia bem, trabalhava durante o dia, estudava a noite, e aos finais de semana trabalhava em um bar pra complementar a renda de casa, visto que minha mãe estava desempregada com meus dois irmãos menores pra sustentar, e eu a única que poderia trabalhar no momento...A vida era muito cansativa sim, porem, alegre e cheia de encantos, não tinha tempo para paixões nem pra festas , isso com 17 anos apenas.Até que comecei a sentir dores, não dei muita importância pra elas, porem com o tempo foram aumentando acompanhada de febre alta, daí toda aquela rotina de tudo programado, de sem tempo pra nada deu lugar a vários e vários dias em um leito de um hospital, olhando a vida pela janela do quarto, com o diagnostico de uma doença  crônica...Mas doença crônica? O que é isso? O que pode ser? O que vai acontecer comigo?O que fiz de errado? Por quê? Por quê? Por quê?....derrepente fui invadida por perguntas sem respostas, pois me achava normal dentro de todas as normalidades de uma pessoa que estava lutando pra viver, trabalhava, estudava, era boa filha, boa irmã, ótima tia, amiga enfim...por que era a pergunta que não calava....
Descobri que a palavra crônica significava SEM CURA!!!...e isso pesou...e pesou muito mesmo...
Se não tem cura como viverei com essa doença? Diagnostico preciso no dia 20 de maio de 1999, véspera do meu aniversario, lembro dessa data com todos os detalhes mais precisos, eu e minha mãe indo pro consultório medico com o coração cheio de esperanças, depois de meses internadas com os cabelos curtinhos devido a queda e com o corpo muito fragilizado devido as altas dosagens de medicamentos, estávamos lá achando que ganharíamos o maior presente de aniversario que seria um resultado negativo para o LES, prontinhas pra ouvir o resultado....Foi quando a doutora Maria Luiza leu o resultado olhou pra mim e interpretou assim: Você é portadora de Lúpus Eritematoso Sistêmico. Naquele momento me senti sentenciada, como assim? O que é isso? Posso ter uma vida normal? Como peguei isso? Posso ter filhos? O que vai acontecer comigo? Vou morrer???...........Foram as duvidas de mais um recomeço, tudo o que é novo assusta no primeiro instante, mas depois a gente acostuma, foi muito difícil naquele momento meu mundo desabou, me sentia caindo num buraco sem fundo, e me perguntava o porquê de tudo aquilo estar acontecendo comigo, que gostava tanto de viver, ficamos varias horas no consultório e por mais que  a doutora explicasse e tentasse tirar as duvidas eu não conseguia aceitar.
Não via razão pra continuar e nem queria viver com tantas limitações, porem, a força que tive através de parente e amigos me tiraram daquele buraco e me trouxeram pra luz, lembro bem que não queria retornar os estudos e minhas amigas iam me pegar em casa pra sala de aula, tive todo apoio e carinho de todos... Há mais não foi fácil não tomar corticóides, cloroquinas, remédio pra dor, remédio pra dormir todos os dias e viver uma vida limitada, logo pra mim... Não foi nada fácil...
Mais posso dizer que essa fase da minha vida passou, tive novos desafios, novas etapas, consegui concluir o magistério e uma formação integral tudo ao mesmo tempo, nesse momento me vi forte na fraqueza,.
Um episodio da minha vida muito marcante nesse recomeço foi a resposta que tive com relação ao lúpus , na porta do consultório em um dia normal de consulta rotineira, nesse momento sempre busco fazer amizades e trocar experiências, ali naquele pequeno espaço de tempo compartilhamos estórias e nos fortalecemos, engraçado que durante esses 10 anos apenas 1 homem eu encontrei com o diagnostico de lúpus, essa doença atinge mais o sexo feminino; bem mais voltando, nesse dia especifico conheci uma mulher que já estava com 13 anos com lúpus ela estava muito abatida e aparentemente cansada, me aproximei dela pra conversar e ela começou a falar da vida dela e de suas inseguranças, muito triste com seu casamento ela dizia que não agüentava mais que mentia pro esposo sobre as dores que sentia, pois ele duvidava dela, ele achava que por estar aparentemente bem não sentia nada e que ela estava fazendo corpo mole, ela dizia que ninguém entenda e que já não tinha mais prazer em viver...fiquei ali só ouvindo suas historias, muitas vezes o ouvir e a única coisa que procuramos, alguém que ouça e entenda e não duvide...Dai depois foi a minha vez contei pra ela vários desafios que eu tinha superado mesmo com lúpus, que tinha acabado de me separar que tinha sofrido muito,porem, poderíamos procurar o amor de Deus e comecei a falar de Jesus pra ela é mostrar que a vida vale a pena enquanto pudermos respirar, ate que chegou a vez dela entrar no consultório, naquele momento fiquei a refletir o quanto ficamos vulneráveis diante das adversidades da vida, mas apesar disso sempre podemos ajudar alguém, porem eu achava que minhas palavras tinham sido em vão diante de tanta tristeza que vi nos olhos dela, foi quando Ela saiu do consultório foi La onde eu estava me deu um abraço e disse no meu ouvido: muito obrigada você não tem noção do quanto me ajudou, a partir de hoje vou mudar minha forma de vida, vou dar credito as pequenas e simples coisas da vida, como vc disse que seu maior prazer e tomar sorvete e passear com a tua menina, e que podemos fazer isso, enquanto muitos não podem, obrigada mesmo Deus colocou você no meu caminho pois eu já não tinha mais animo pra continuar, e daí ela foi embora  no seu rosto a tristeza tinha dado lugar a esperança e ela já conseguia ate sorrir...
Naquele instante fiquei tão comovida que não contive uma lagrima, mas era de alegria de felicidade mesmo, pelo menos naquele instante eu entendi que eu precisava ter lúpus pra poder ajudar aquela mulher entender o que se passava no seu coração e como mudar aquilo tudo, e tentar acender uma luz de esperança na sua vida.
Fiquei feliz e também aprendi uma lição, as adversidades vêem pra nos fortalecer pra podermos ser útil a alguém, de que me adianta tanto sofrer e não vou poder ajudar alguém com isso, a vida é assim, a cada dia que passa temos a oportunidade de faze-la vale a pena apesar das adversidade...
Não posso evitar o que sinto; porem posso determinar o que fazer a respeito..
Obrigada Deus...

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